domingo, 24 de março de 2013

ROUPA MOLHADA


Minha roupa está no varal: suspensa, molhada.
Minha vida está no varal, com a alma encharcada,
Da chuva que passou e deixou além do frio
Umas gotas escorrendo no âmago do meu brio...

As nuvens que no céu de mim se afastam
E rompem brados de trovões,
Deixam na memória os raios que se alastram,
Talvez quebrando seus grilhões.

E o vento sereno que acaricia minhas costas nuas,
Além das roupas que secam no varal
Também pedem o calor das mãos suas!

E como cada chuva tem o seu final,
Possa este sentimento ter o seu fim
E deixe, de uma vez, de molestar a mim!




2 comentários:

  1. Ao garoto que comentou aqui: exclui sem querer seu comentário, se puder me informar novamente o endereço de seu blog ficaria muito agradecido!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Victor. Retorno para agradecer sua recente visita ao RECANTO SOMBRIO e por suas gentis palavras, nas quais notei sua alta percepção das minhas abordagens. Não é muito comum encontrar pessoas que valorizem e entendam o sentido de alguém falar de temas tão "frios". Contudo, estou aqui também para falar do seu blog. Vi que ele transpira um lirismo equilibrado e sensato, sem abrir mão da sensibilidade necessária, a exemplo deste texto, "Roupa Molhada", que segue os paradigmas de um soneto.
    Pode estar certo de que voltarei aqui mais vezes, tão logo surjam novas postagens e eu tenha alguma disponibilidade de tempo. Obviamente, você também pode retornar ao meu blog, sempre que quiser. A propósito, tenho outra página, na qual resenho livros. Se for de seu interesse também, acesse: metamorfosedaleitura.blogspot.com.
    Obrigado!

    ResponderExcluir