sexta-feira, 31 de maio de 2013

Outra vida

















Se Deus me concedesse um pedido,
Não pensaria duas vezes:
Pediria outra vida, só pra viver contigo!

Pois tenho a certeza
Que seu amor é o inverso da tristeza.
E esta chama a arder em mim,
Que ela possa durar até, da vida, o fim.

Hoje você viu flores no caminho?
Estou a ver flores toda hora,
Mas antes só via espinhos...

Até que enfim eu conheci o amor:
Ele parece uma chama,
Ele parece uma flor,
Mas na verdade ela se chama: você.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Procura-se: poesia.


Tem algo aqui dentro
Acho que é alegria
Acho que é agonia
Acho que é paixão.

Tem algo aqui dentro
Fazendo parte de mim
Não, não é a solidão:
Findou o silêncio sem fim...

Tem algo aqui dentro
É uma poesia...
Venha à luz do dia!
Mas ela se escondeu.
A música, esta isca, não mordeu...

Acho que é confusão.
Acho que é amor.
Acho que é ilusão:
Penso o que sinto ou sinto o que penso?
Acho que não... Tudo é um processo.

Então se cale diante destas coisas,
Fique estarrecido, mas não no retrocesso.
Faça sol, faça paz, faça amor:
Faça paz, faça amor, faça sexo.
Faça de tudo um pouco até que dê certo.
E eu ache esta poesia.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Cântico da chuva

Eu Caio

Eu caio nos teus braços,
Mergulho nos teus sentimentos,
Me prendo nos teus laços,
Afasto meus desalentos.

Eu Você

Storm, rainbow:
Vês que lindo?
A chuva eu sou.
A luz tinindo:
Esta é você.

Eu chuva

Eu desço sobre as terras.
Lavo e fecundo o chão.
Percorro planícies, altiplanos e serras,
Regando as flores, semeio a paixão.

Você sol

Sua luz me atravessa...
Demoro a cair.
Meu ser te dispersa.
Nossa flor está a abrir!

Chuva Sol

Ambos caem e uma hora se encontram
Na fotofosforilação do amor se somam
E nestas pétalas mostram a beleza de tal união,
Onde gota e sol se deram "a mão".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Poesia de História


Pode entrar em minha casa...!
A porta está aberta,
A casa está bagunçada...
Não repare a sujeira, está certo?

Certo? A casa aberta, bagunçada?!
A porta está aberta, não deveria estar fechada?
Não, não deveria... O rei que segura o cetro nem sempre vive.
E a lembrança daquele passado belo hoje eu não tive.

Veja! Esta nascendo um novo sol no meu dia!
Não parece brilhoso? Não parece encantador?
Entrem raios de luz, preencham estes vazios com alegria,
Já não quero mais alimentar o fantasma da dor...

Um dia dentro de mim
Um sol dentro de mim
Para iluminar meu ser cada vez que fechar os olhos
E fazer mais leve nesta vida todos os molhos!

domingo, 12 de maio de 2013

12 de Maio: o Dia da Mentira.


Não costumo comemorar o Dia das Mães e sequer me lembro de algum dia ter dado os parabéns a ela por este dia. Ao que tudo parece ela também não se importa muito com esse dia... Se caso ela se importasse seria por pura vaidade de receber um presente e exibi-lo para as outras mães, coisa que, como disse, não costuma acontecer.
Eu sou menos filho e ela menos mãe por causa disso?  Tenho certeza que não. Sempre costumei respeitar muito minha mãe, apesar de eventuais e, não raros, atritos. Por mais que tenha demorado um pouco pra reconhecer todo esforço que fez pra oferecer o melhor que ela podia pra mim – o que aconteceu somente depois de passada a “aborrescência” – hoje eu tenho plena convicção de que a pessoa que sou hoje se deve a ela – mesmo que, em certos aspectos, como referência inversa.
Há lares que prevalece mais o amor, o carinho, o afeto... No meu prevalece a gratidão e o respeito, e estas coisas não são menos nobres que aquelas.  São, sim, diferentes. Estou escrevendo estas coisas pra tentar, se não desconstruir esta visão romantizada da relação mãe-filho, ao menos aproximá-la a uma realidade mais condizente com os contextos familiares realmente existentes. A realidade é que nem tudo são flores e, aliás, na maioria das vezes não são flores mesmo!
É por isso que não me desce pela garganta aquelas propagandas de outdoor: o filho segurando uma embalagem pomposa, enquanto a mãe carinhosamente agradece o presente comprado, normalmente com o próprio dinheiro. Todos estão cansados de saber o interesse mercadológico em torno do Dia das Mães, portanto não vou nem me deter tanto a isso. Talvez o que me interesse agora seja demonstrar o quanto esta noção imaculada de mãe e idealizada de filho seja frágil ou, praticamente, fantasiosa.
É muito difícil lidar com interesses diferentes e são normalmente estes interesses que atravessam o ambiente familiar: os filhos querem A; a mãe quer B; o pai quer C; avós, tios, primos, papagaio, periquito querem D, E, F, G, H... E você acaba ficando na prioridade da letra “Z”. Estes jogos de interesses normalmente rendem muitos conflitos, interiores e exteriores, mas quem viu algum outdoor com mãe e filho brigando? Eu nunca vi... Quem viu atire o primeiro presente!
Por isso que eu não comemoro este dia, pois não consigo conceber apenas um dia pra demonstrar amor, afeto, respeito e gratidão. Há quem ache legal e até quem tente compensar os 364 outros dias do ano presenteando-a com a “geladeira do ano”... Isto tudo, pra mim, não passa de um grande teatro, com uma peça pobre e cheia de farsas românticas.  

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dor de jumento



Hoje cabe poesia no meu coração,
Pois eu tenho um sentimento:
Sinto a amargura de mais um não
Por, na verdade, ter sido um jumento!

E não soube dar valor,
E errei no alvo do amor,
E não adianta chorar sobre o leite derramado,
Pois o que sobrou foi ninguém ao meu lado...

Triste? E quanto...
Agora estou sozinho escutando o canto
E contando as gotas de meu pranto...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A morte do(eu)


Ainda posso ter a ilusão
De sua pele sobre a minha...
Ainda posso sentir seu coração:
A parada de quem caminha.

Ainda posso escutar o som de sua voz
Chamando-me num mundo de fantasia...
Ainda posso provar aquele sentimento atroz
Apagando a luz de meu dia...

E me levando para um mundo de sonhos,
E me esquecendo do estanque da ferida,
E pensando algo melhor pra esta vida.

Mas isto não aconteceu.
E o sonho morreu.
Morreu.
Doeu.
Eu.