terça-feira, 12 de março de 2013

"Página da web não disponível"


Agora é manhã de uma terça-feira (quase às 10h da manhã, pra ser mais exato). E nada tenho pra fazer... Nada? Não, não exatamente "nada": tenho muitas atividades da faculdade textos que devem ser lidos, reflexões que devem ser feitos e trabalhos que devem ser redigidos. Ora, por que digo então que tenho "nada" pra fazer? Ah, desculpem-me, é que me expressei mal: não é que não tenha nada, praticamente falando, pra fazer... O fato é que tenho nada a fazer, ou seja, nada que possa ser feito para mudar isso... Estou sem internet!!

Logo, como poderia baixar minhas atividades e o material a ser utilizado? E ainda que me negasse a fazer tais exercícios, como poderia conversar com meus amigos? Sim, porque muitos deles encontram-se on-line em seus respectivos ‘Facebooks’, esperando ansiosamente alguém para confessar suas angústias, soltar aquela boa fofoca ou, simplesmente, trocar uma ideia...

As horas, minutos e segundos parecem badalar um pouco mais lento... Um pouco não, parecem estar voltando no tempo! Nossa! Como é difícil viver sem essa internet! Como é difícil passar um dia sequer sem alimentar esse vício! Pareço até um preso vislumbrando a rua enquanto fica encarcerado pelas grades intransponíveis de uma conexão sem internet! "Sem acesso à internet", me informa invariavelmente o perfil de minha rede. O "gato" já vem do vizinho. Como poderia ele deixar de pagar a conta de tão essencial item nas nossas vidas?!

Não consigo entender... Mas o tempo que parece sobejar um pouco em meio a uma vida cada vez mais artificializada, academiada, corrida e também cada vez mais cibernética, porém me leva a fazer uma coisa que raramente encontra espaço no meu dia-a-dia: pensar e escrever sobre coisas frugais sem que alguém fosse capaz de me escutar. Lembro-me até de quando morava num sítio, em tempos idos...

Era eu criança ainda e costumava brincar solitariamente com aquilo que estava bem ali ao meu redor: pedras, galhos, uma planta e outra, uma poça e outra, até finalmente encontrar no horizonte um caminho infinito de possibilidades de fazer. Eram tempos bucólicos aqueles, mas idílicos, com certeza. Não duvido, de forma alguma, que certa harmonia e singeleza tenham sido inscritas em mim em meio a experiências tão envolventes e peculiares.

É bem verdade que a paisagem ao meu redor mudou bastante: já não se veem árvores ora verdes ora cinzas, conforme o tom das estações; já não se escuta os chocalhos dos jumentos que carregavam em suas costas os tonéis com água pela estradinha de barro; nem se veem casas de taipa, nem donas de casa assentadas em seus peitoris para conversar com as comadres da casa ao lado. A inspiração, portanto, também mudou. Mas não morreu, e guarda vestígios dentro de mim.

De uma alma de menino que ficou parcialmente perdida no mundo adulto. Lotado de coisas para serem feitas, e que me permite, exceto quando teimo em fazer diferente, somente desfrutar dos outros pela interface de uma conexão on-line e pensar quase nunca sobre quem sou e o como exploro este mundo. Minha nossa! Já é hora de eu tomar banho para ir à faculdade! Pessoal, com licença, tenho de ir nessa, ou do contrário chegarei atrasado para a aula...! ‘Té +’! ;-*



Nenhum comentário:

Postar um comentário