Sobre mais uma vida aparente, nessa terra de tanta gente. Espero não só ser ouvido, mas apreciado como um espelho de nossa existência!
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O paradigma paradigmático
Estranhamente este pensamento começou há certo tempo atrás,
com apenas uma palavra: paradigma. Confesso que seu sentido era totalmente
desconhecido para mim, seu mistério, contudo, guardava um importante aspecto em
“ser” humano: precisamos de um paradigma.
Viver em paradigmas é inevitável, pois assim como não
arrancamos todos os dias a cerâmica de nossas casas para que pisemos, também
não elaboramos novos paradigmas todos os dias para acreditarmos. No máximo é
razoável mudar de piso de tempos em tempos, talvez porque ele vai ficando
encardido, ou quebradiço, ou mesmo porque se quer ampliar a casa e para que o
piso não fique desproporcional coloca-se outro.
Paradigmas, entretanto, não podem ser como cerâmicas, pois
não conseguimos trocá-los de todo, é, inclusive, praticamente impossível saber
quantos são, de onde eles se nos apresentam. E ainda que escolhessem submeter alguém
aos métodos hipnóticos e catárticos de Freud, a ciência completa do conjunto de
paradigmas não se concretizaria.
Conjunto de paradigmas? Sim, é verdade! Não poderia esquecer
de falar que não dispomos de apenas um paradigma, mas de vários, até ouso
dizer, de inúmeros! Vindos do seio familiar, do social, da religião, do
científico, só para citar alguns.
Paradigma poderia muito bem se chamar de paradoxo, porque
possui uma qualidade bastante controversa: é capaz de prejudicar, aprisionar e
subjugar, mas também libertar, ampliar e beneficiar. Como é possível? É de
certo modo complicado resolver este “enigma”, visto que os homens não são tão
acostumados a lidar com características aparentemente antagônicas, mas que
convivem lado a lado. Mas esclareçamos: um paradigma prende ou liberta,
dependentemente do ângulo de análise que está posto.
Para compreender melhor vejamos o exemplo do Paradigma
cristão: se eu creio em Deus e vejo nele o motivo de salvação e libertação,
deveria, a partir de mim, querer que todos sejam cristãos? Acaso um budista se
sentiria em paz e salvo de todo mal ou enxergaria no cristão o próprio demônio (o
inverso também é válido)? A questão paradoxal do paradigma é resultado,
portanto, de sua natureza relativa, em relação a diferentes contextos e
indivíduos.
Se bem percebeu, discuti até agora as características
inerentes ao paradigma, no entanto não ousei decifrar seu significado. Porém
para que a leitura não fique tão extensa e me ouse perder em muitas palavras,
afastando do objetivo último, que é elucidar, usarei o mesmo exemplo o qual me
fez compreender a construção do significado de paradigma: o experimento de
Stephenson.
Neste experimento foram colocados alguns macacos em uma
jaula e, com eles, uma escada em cujo topo havia um cacho de bananas. Como é de
se esperar, os macacos naturalmente subiam para pegar as bananas, mas ao
tentarem todos eram castigados com um forte jato de água. E dessa maneira
sucedia cada vez que algum macaco tentava alcançar a tão desejada banana. Com o
passar do tempo percebeu-se que dentre o próprio grupo de macacos partia a
iniciativa de punir qualquer um que tentasse se aventurar pelos degraus,
justamente pelo medo de tomarem outro banho desagradável.
O próximo passo do experimento foi retirar, gradativamente,
os macacos do início do experimento e colocar outros em seus lugares. Os novos
macacos não conheciam o estímulo aversivo (jato), mas eram espancados e
impedidos pelos antigos macacos de subirem na escada. Ao término do teste todos
os macacos haviam sido trocados, mas a punição para quem subisse na escada
continuava. Neste momento nasceria um paradigma.
Poder-se-ia descrever paradigma, portanto, como algo que
realizamos, sem conhecer as causas iniciais de seu aparecimento. A ciência,
neste sentido, poderia ser encarada como um paradigma visto termos distanciado
da realidade daqueles que efetivaram a elaboração de um dado conhecimento. De
igual maneira podem ser entendidas quaisquer produções humanas que sejam
passíveis de herdabilidade.
Se a ciência pode ser encarada como um paradigma —espero que
concordem comigo— e o paradigma tem o já referido caráter paradoxal, concluímos
que a ciência enquanto paradigma tem suas limitações e pontos de tensão (por
que não dizer brigas?). E querendo alcançar algum resultado em cima da
discussão destas “tensões” me sentiria extremamente feliz em trazer à mesa todas as
questões para debate, mas sendo humanamente impossível e temporalmente inviável,
me utilizarei do pensamento cartesiano e me deterei na “base” deste “edifício", para que sua estrutura possa ser
desfeita.
Dito isso, vamos adiante. Se escolhi discutir as bases do
paradigma, e fica incluso aqui o científico, é preciso se perguntar: quais as
bases nas quais se assentam os pilares do edifício paradigmático? Se a base é a
primeira coisa construída para levantar um edifício ou casa, é essencialmente
importante saber: qual o contexto em que surgiu?
Se pensarmos bem em cima destas questões, e se minhas
deduções em nada falharam até aqui, posso imaginar que não dispomos de recursos
tão confiáveis de produzir conhecimentos, pois minha análise se faria a partir
dos métodos e paradigmas já existentes. Paradigmas estes arbitrários, elaborados
sem a ovacionada racionalidade científica, mas também de acordo com paradigmas
consensuais, produzidos sobre a égide de um caminho epistemológico “seguro”.
Seria muita ignorância de minha parte pensar que as “brigas”
intelectuais nascem da diferença que fazemos entre um paradigma e outro? Acaso
não percebemos a “salada mista” que acontece ao longo do tempo, longe de nossos
olhos? Seria muita arrogância minha pensar que chegamos a uma ciência complexa,
mas ingênua?
Que fique claro: não defendo aqui destruir aquilo que a humanidade
elaborou até aqui, porque, como havia dito, precisamos de paradigmas. O que eu realmente
quero dizer é que além de cientistas sejamos garimpeiros, para não perder de
foco que tudo isso começou com apenas uma palavra: paradigma.
sábado, 25 de agosto de 2012
...?
Ao falar de "conhecimento" é impossível começar por um ponto comum, ou seja, de onde ela exatamente brotou, pois sua consumação foi favorecida por diversos fatores, indivíduos e contextos. Mas me parece razoável dizer, a grosso modo, porque ela surgiu: precisávamos saber e agir.
Elaborei estas duas respostas porque tentei separar o conhecimento enquanto explicação e compreensão das coisas e suas causas, do conhecimento prático ou técnico, utilizado para superar nossas limitações e otimizar nossa atuação no ambiente. Ainda destas duas categorias escolherei trabalhar em cima do conhecimento enquanto busca por compreensão do mundo que nos circunda, pois é dela que parte o interesse em descobrir a "verdade" das coisas. E, nessa jornada, a filosofia vai ser minha grande parceira.
Vejamos, pois, o que acontece na ciência psicológica, a qual será meu alvo específico: seu objeto de estudo é o homem, mas não o homem por inteiro, pois outras ciências compartilham, em cima do mesmo objeto, outros interesses. Assim sendo, a psicologia se prestaria a estudar a mente? Provavelmente seja esta a concepção de muita gente, ainda que guiado pelo senso comum. Mas no meio científico há quem diga que não: é o caso de William M Baum, descendente teórico do movimento behaviorista. Para ele crer na mente é como acreditar na alma, entidade sobrenatural e que a ciência, em função de seu caráter materialista e determinista, não seria capaz de entendê-la. Por esse motivo é preferível estudar as manifestações comportamentais do indivíduo, e não o "conteúdo mental", segundo ele, totalmente subjetivo.
Uma outra concepção psicológica, a Psicologia humanista ou existencialista, aborda a mesma questão, mas sobre outro prisma: da existência inter-subjetiva. Isto é, o homem é dotado de racionalidade e consciência, fatores que atribuem ao humano a faculdade de decidir e escolher suas ações. Se podemos guiar nossas ações não é ilógico aceitar uma ciência tão pragmática e determinista sobre o universo humano?
Nesta briga metodológica, feliz daqueles que ainda percebem a existência dessas fronteiras pré-estabelecidas, porque ao ler certos artigos científicos não dá pra saber se ele prefere acreditar num mundo cheio de engrenagens ou numa verdadeira utopia! Foi o que aconteceu quando li um certo artigo de neurociências: "Protegidos contra a tempestade", por Susanne Rytina e Joachim Marschall. Basicamente o presente artigo pretendia traçar a relação entre genética e fatores ambientais, assuntos de uma base fundamentalmente determinista, correto? Não foi bem esta a resposta dada pelos pesquisadores, que terminaram seu artigo com afirmação bem paradoxal: "todos podem trabalhar o próprio caráter". Afinal, sou determinado, livre, ou os dois?
Talvez não houvesse mesmo esta necessidade de categorização, a qual o os herdeiros da ciência moderna nos impelem a realizar. O velho e traiçoeiro dualismo cartesiano, ou mesmo sua noção mecanicista, está ainda assombrando os pensadores deste século, mesmo aqueles que já atentaram para as limitações deste modo de produção científico. E desse fantasma, somos constantemente e multilateralmente obrigados a decidir: por qual caminho, posicionamento, corrente teórica verdadeira, seremos guiados?
Afinal somos realmente capazes de fazer esta escolha? E se formos incapazes de alcançar um "conhecimento verdadeiro" dos fatos, o qual a minha própria amiga filosofia epistemológica me mostra? É possível criar uma "nova ciência", mais pura, numa base distorcida e carcumida?
As próximas linhas deste texto não serão para dizer o que é certo, ou errado, mas para deixar aberto aquilo que nunca deveria ter sido fechado:
Elaborei estas duas respostas porque tentei separar o conhecimento enquanto explicação e compreensão das coisas e suas causas, do conhecimento prático ou técnico, utilizado para superar nossas limitações e otimizar nossa atuação no ambiente. Ainda destas duas categorias escolherei trabalhar em cima do conhecimento enquanto busca por compreensão do mundo que nos circunda, pois é dela que parte o interesse em descobrir a "verdade" das coisas. E, nessa jornada, a filosofia vai ser minha grande parceira.
Vejamos, pois, o que acontece na ciência psicológica, a qual será meu alvo específico: seu objeto de estudo é o homem, mas não o homem por inteiro, pois outras ciências compartilham, em cima do mesmo objeto, outros interesses. Assim sendo, a psicologia se prestaria a estudar a mente? Provavelmente seja esta a concepção de muita gente, ainda que guiado pelo senso comum. Mas no meio científico há quem diga que não: é o caso de William M Baum, descendente teórico do movimento behaviorista. Para ele crer na mente é como acreditar na alma, entidade sobrenatural e que a ciência, em função de seu caráter materialista e determinista, não seria capaz de entendê-la. Por esse motivo é preferível estudar as manifestações comportamentais do indivíduo, e não o "conteúdo mental", segundo ele, totalmente subjetivo.
Uma outra concepção psicológica, a Psicologia humanista ou existencialista, aborda a mesma questão, mas sobre outro prisma: da existência inter-subjetiva. Isto é, o homem é dotado de racionalidade e consciência, fatores que atribuem ao humano a faculdade de decidir e escolher suas ações. Se podemos guiar nossas ações não é ilógico aceitar uma ciência tão pragmática e determinista sobre o universo humano?
Nesta briga metodológica, feliz daqueles que ainda percebem a existência dessas fronteiras pré-estabelecidas, porque ao ler certos artigos científicos não dá pra saber se ele prefere acreditar num mundo cheio de engrenagens ou numa verdadeira utopia! Foi o que aconteceu quando li um certo artigo de neurociências: "Protegidos contra a tempestade", por Susanne Rytina e Joachim Marschall. Basicamente o presente artigo pretendia traçar a relação entre genética e fatores ambientais, assuntos de uma base fundamentalmente determinista, correto? Não foi bem esta a resposta dada pelos pesquisadores, que terminaram seu artigo com afirmação bem paradoxal: "todos podem trabalhar o próprio caráter". Afinal, sou determinado, livre, ou os dois?
Talvez não houvesse mesmo esta necessidade de categorização, a qual o os herdeiros da ciência moderna nos impelem a realizar. O velho e traiçoeiro dualismo cartesiano, ou mesmo sua noção mecanicista, está ainda assombrando os pensadores deste século, mesmo aqueles que já atentaram para as limitações deste modo de produção científico. E desse fantasma, somos constantemente e multilateralmente obrigados a decidir: por qual caminho, posicionamento, corrente teórica verdadeira, seremos guiados?
Afinal somos realmente capazes de fazer esta escolha? E se formos incapazes de alcançar um "conhecimento verdadeiro" dos fatos, o qual a minha própria amiga filosofia epistemológica me mostra? É possível criar uma "nova ciência", mais pura, numa base distorcida e carcumida?
As próximas linhas deste texto não serão para dizer o que é certo, ou errado, mas para deixar aberto aquilo que nunca deveria ter sido fechado:
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Viajando no futuro
John Sulivam acorda às 6:00 horas, escova os dentes, para depois tomar café, prepara todas as suas coisas para uma manhã de estudo. Estuda, almoça, toma banho para ir à faculdade, vai à faculdade.
Acontece que nada disso ainda aconteceu e o jovem Sulivam ainda está deitado em sua cama aguardando dormir, mas pensando, ou melhor, planejando, passo a passo, como será seu amanhã.
Ah...O amanhã...! Que muitos esperam ansiosamente mesmo no início do dia! Não é estranho? Sim, é!
Este curioso fenômeno é motivo de meu interesse: por que delongas um ser anseia tanto por um tempo que sequer ainda existe? Hão de concordar comigo que o que realmente existe é o presente, o momento, o já ou agora.
Vamos ser francos, quem nunca pensou, minimamente que seja, no "você futuro" em "como estarei daqui a 20 anos?". Se não for dizer de mais, todos um dia já pensaram nisso. Até porque, de algum modo, acredito que isso possa fazer parte de um mecanismo de sobrevivência o qual os humanos guardam. Mas digo do que conheço, vai saber se os cachorros fazem planejamento familiar!?
Pensar constantemente no futuro é muito curioso, pois configura-se uma abstração, um vagabundeamento psicológico, mas que o fazemos como se habitássemos, factualmente e corporalmente falando, o "ambiente futuro". E, fica pressuposto, em torno disso, uma transtemporalidade de um "eu" que apesar de todas as mudanças continua sendo o mesmo "eu", ou seja, uma relação de identidade com "você" quando no futuro ou no passado.
Temos de tomar cuidado, contudo, com a intensidade e qualidade da preocupação com o nosso futuro, pois podemos estragá-lo grandemente, o que explico à luz de dois motivos: primeiro porque um sujeito que vive com olhos no futuro, preocupado se as laranjas nascerão azuis ou o que ela faria se a terra fosse dominada por alienígenas, está desperdiçando longamente o tempo útil de vida aqui nesse planeta. Vale lembrar que ela é finita, e o faço questão de ressaltar pois como algumas pessoas agem parece que ela terá "n" anos de vida!
Segundo porque sonhar "in the future" é muito fácil e, principalmente, agradável, mas agir, ralar, é muito ruim. Não é mesmo? O problema é que se você sonha com coisas materiais, por exemplo, não existem casas, diplomas ou carros feitos de idéias, e sim de coisas concretas! É justamente neste ponto da reflexão que uma possível solução se mostra: carecemos de objetivizar um pouco mais a maneira como olhamos para o tempo vindouro.
Não abdicando dos sonhos, muito pelo contrário, ao invés disso traçando metas concretas para alcançá-lo. O fazendo sair do caráter fantástico e surreal, para algo realmente existente. Com certeza se não eliminarmos todas as chances de ter um péssimo futuro, ao menos aumentamos a chance de ele ser um empreendimento certo e lucrativo, sobre todos os pontos de vista.
Acontece que nada disso ainda aconteceu e o jovem Sulivam ainda está deitado em sua cama aguardando dormir, mas pensando, ou melhor, planejando, passo a passo, como será seu amanhã.
Ah...O amanhã...! Que muitos esperam ansiosamente mesmo no início do dia! Não é estranho? Sim, é!
Este curioso fenômeno é motivo de meu interesse: por que delongas um ser anseia tanto por um tempo que sequer ainda existe? Hão de concordar comigo que o que realmente existe é o presente, o momento, o já ou agora.
Vamos ser francos, quem nunca pensou, minimamente que seja, no "você futuro" em "como estarei daqui a 20 anos?". Se não for dizer de mais, todos um dia já pensaram nisso. Até porque, de algum modo, acredito que isso possa fazer parte de um mecanismo de sobrevivência o qual os humanos guardam. Mas digo do que conheço, vai saber se os cachorros fazem planejamento familiar!?
Pensar constantemente no futuro é muito curioso, pois configura-se uma abstração, um vagabundeamento psicológico, mas que o fazemos como se habitássemos, factualmente e corporalmente falando, o "ambiente futuro". E, fica pressuposto, em torno disso, uma transtemporalidade de um "eu" que apesar de todas as mudanças continua sendo o mesmo "eu", ou seja, uma relação de identidade com "você" quando no futuro ou no passado.
Temos de tomar cuidado, contudo, com a intensidade e qualidade da preocupação com o nosso futuro, pois podemos estragá-lo grandemente, o que explico à luz de dois motivos: primeiro porque um sujeito que vive com olhos no futuro, preocupado se as laranjas nascerão azuis ou o que ela faria se a terra fosse dominada por alienígenas, está desperdiçando longamente o tempo útil de vida aqui nesse planeta. Vale lembrar que ela é finita, e o faço questão de ressaltar pois como algumas pessoas agem parece que ela terá "n" anos de vida!
Segundo porque sonhar "in the future" é muito fácil e, principalmente, agradável, mas agir, ralar, é muito ruim. Não é mesmo? O problema é que se você sonha com coisas materiais, por exemplo, não existem casas, diplomas ou carros feitos de idéias, e sim de coisas concretas! É justamente neste ponto da reflexão que uma possível solução se mostra: carecemos de objetivizar um pouco mais a maneira como olhamos para o tempo vindouro.
Não abdicando dos sonhos, muito pelo contrário, ao invés disso traçando metas concretas para alcançá-lo. O fazendo sair do caráter fantástico e surreal, para algo realmente existente. Com certeza se não eliminarmos todas as chances de ter um péssimo futuro, ao menos aumentamos a chance de ele ser um empreendimento certo e lucrativo, sobre todos os pontos de vista.
domingo, 19 de agosto de 2012
Egocentrismo excêntrico
Estou assustado! Por uma simples idéia ter invadido minha mente: as pessoas não sabem quem ou como sou! São incapazes de perceber claramente meus princípios, idéias e sentimentos! Eu já não deveria saber disso? Você me pergunta. Posso até dizer que sim, mas a sensação de ver a verdade tão de perto me amedronta! Chego a me sentir só ao aceitar o fato de que só eu me enxergo como sou e sinto as coisas como sinto, e também injuriado por os outros mentalizarem um "eu" que eu não sou, ainda que não tenham a intenção de fazerem isso!
E digo mais, meu amigo... Também não te conheço! Pois só posso imaginá-lo a partir do que de mais de perto desfruto: de mim mesmo!
E digo mais, meu amigo... Também não te conheço! Pois só posso imaginá-lo a partir do que de mais de perto desfruto: de mim mesmo!
sábado, 18 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Resenha crítica: "Cinco Lições de Psicanálise"
O objeto de estudo da psicanálise já é extremamente
controverso: a mente, e não bastasse ter um objeto de estudo tão “polêmico” a
psicanálise também é preferencialmente criticada por muitos leigos em função de
seus recursos de estudo utilizados (métodos de introspecção, conseguida, por
exemplo, pela prática da hipnose) e resultantes deles suas prováveis deduções acerca
dos fenômenos observados.
Um ponto tentador para uma possível “briga
intelectual” seria na própria crença de um sujeito governante e, por isso,
dotado de consciência, ainda que no conteúdo mental habitasse níveis de
inconsciência os quais influenciariam grandemente nas ações do indivíduo. Em
função dessa capacidade “especial”, Freud entendia a mente como sendo o espaço
de estudo ideal para a compreensão do comportamento, mas os Behavioristas (pelo
menos os do início do movimento behaviorista), ao contrário, não deram crédito
ao estudo da mente em si, justamente pelo seu caráter muito subjetivo, indo de
encontro à objetividade buscada pela ainda incipiente ciência psicológica moderna.
Outro ponto muito atrativo para iniciar discussões é
o próprio conceito de inconsciência: haveria na mente um espaço, ordenação ou
níveis de consciência (inconsciente, subconsciente, consciente)? É importante
frisar isso, porque toda a teoria psicanalítica de Freud estabelece todas suas
deduções com base nessa crença. Veja-se, por exemplo, os sintomas de histeria,
os quais, segundo Freud, estariam ligados a traumas psíquicos guardados em “baús”
mentais, e que por razões estranhíssimas se faziam revelar inesperadamente.
Este conceito de níveis de consciência, mesmo não
apresentando uma comprovação experimental de sua facticidade, evidenciou um
elemento muito interessante à compreensão da ordem humana: a existência de
fatores internos os quais influenciam substancialmente a ordem de nossas ações,
sem que possamos controlá-las voluntariamente. E este se constitui um
importante contraponto ao pensamento racionalista reinante até então, de
autonomia das ações humanas.
Atualmente muitos concordam e a psicologia
evolucionista embasa essa tese de que nossas ações são autônomas, mas não “ad finitum”, antes sendo limitadas não
só por fatores físicos, mas também ambientais. Defender uma mente separada e,
por assim ser, independente, como acreditava Descartes, que se percebe quando
tentou separar o ser em “coisa pensante” ou res
cogitans e “coisa extensa” ou res
extensa, nos dias de hoje é inconcebível, tendo em vista todas as
evidências de uma atividade muito mais tautológica das funções mentais e
corporais, se é que se pode separar, e delas com o ambiente.
Mas ao ler pela primeira vez um escrito de Freud,
embora de conteúdo resumido e sucinto, confesso que tive dificuldade de
acreditar em muitas linhas de raciocínio propostas pelo autor. E não associo
isso ao estilo literário utilizado, antes às próprias inferências tomadas. Explico
melhor: o estudo de um fenômeno inicia-se com a observação, e em cima do que
foi observado elaboram-se hipóteses acerca do observado, intencionando obter
a veracidade da hipótese criam-se mecanismos de análise, com os quais se torna
possível comprovar ou refutar a hipótese levantada. Se comprovada, a conclusão
do processo torna-se uma teoria.
Pois bem, caso alguma etapa desse método (científico)
for defeituosa teremos uma teoria macabra, assim como a que me lembra da teoria
da abiogênese, na qual os ratos habitantes dos lixões seriam não só moradores
de lá, mas gerados do lixo, literalmente. O que me leva a perguntar acerca dos
métodos psicanalíticos freudianos: eles são coerentes? Suas inferências são
apropriadas? De qual ponto de apoio epistemológico nos valemos para que o
conhecimento psicanalítico não tracione para a “doxa científica”?
Apesar desses possíveis “buracos” epistemológicos e
metodológicos, Freud com certeza tem o seu mérito ao tratar de um tema não só
revolucionário e polêmico, mas inovador e incrementador de novos conceitos e
novas discussões para a ciência psicológica.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
HORA DA ESTÓRIA PARTE 2
Passados alguns meses parece que adoecera, sentia náuseas constantes e vomitava com frequência. Uma moça tão forte estranharia uma mudança de clima? Haveria de ser doença! E preocupada fora ao médico saber de que se tratava. Uma surpresa a aguardaria no diagnóstico médico, não seria virose, ou qualquer outra doença, ela estava grávida! Quanta confusão não permearia a mente de Lianade naquele momento: ela aguardava um filho? Não havia planejado isso... E com um filho como haveria de terminar os estudos e fazer faculdade? E Alexandre? Não era estéril? Haveria de se explicar!
Naquela noite esperou ansiosamente a chegada de Alexandre:
Alexandre: -- Boa noite, meu amor!
Lianade: -- Não tem nada que queira me falar, Alexandre?
Alexandre: -- Quanta ignorância! Aconteceu alguma coisa? Você tá estranha...
Lianade: -- Você não me disse que não podia ter filho?
Alexandre: -- Sim, é verdade, o exame que te mostrei... Você mesmo viu!
Lianade: -- É, Alexandre, mas acontece que estou grávida!
Alexandre (surpreso): -- É... Eu menti pra você, aquele exame era falsificado...
Não seria esta a primeira surpresa que a jovem nordestina teria em seu "salvador", descobrira também que era procurado por lavagem de dinheiro em uma das agências bancárias em que trabalhava e mais recentemente era líder de uma quadrilha especializada em assaltar bancos! Tantas surpresas desagradáveis pareciam esfacelar os sonhos da pobre Lianade... Perseguida pelo medo e tendo sua barriga crescendo mês a mês, teria de fazer uma escolha difícil: Não conseguiria mais viver com aquele homem de vida dupla, não poderia pôr a sua vida em jogo e muito menos a de seu filho! Já não recebia o apoio necessário da família de Alexandre, e a única solução seria a separação.
E assim aconteceu. Divorciou-se de Alexandre às vésperas de dar a luz a um menino. Estava sozinha, na grande São Paulo, o que esperar ainda para o futuro?
TO BE CONTINUE...
Naquela noite esperou ansiosamente a chegada de Alexandre:
Alexandre: -- Boa noite, meu amor!
Lianade: -- Não tem nada que queira me falar, Alexandre?
Alexandre: -- Quanta ignorância! Aconteceu alguma coisa? Você tá estranha...
Lianade: -- Você não me disse que não podia ter filho?
Alexandre: -- Sim, é verdade, o exame que te mostrei... Você mesmo viu!
Lianade: -- É, Alexandre, mas acontece que estou grávida!
Alexandre (surpreso): -- É... Eu menti pra você, aquele exame era falsificado...
Não seria esta a primeira surpresa que a jovem nordestina teria em seu "salvador", descobrira também que era procurado por lavagem de dinheiro em uma das agências bancárias em que trabalhava e mais recentemente era líder de uma quadrilha especializada em assaltar bancos! Tantas surpresas desagradáveis pareciam esfacelar os sonhos da pobre Lianade... Perseguida pelo medo e tendo sua barriga crescendo mês a mês, teria de fazer uma escolha difícil: Não conseguiria mais viver com aquele homem de vida dupla, não poderia pôr a sua vida em jogo e muito menos a de seu filho! Já não recebia o apoio necessário da família de Alexandre, e a única solução seria a separação.
E assim aconteceu. Divorciou-se de Alexandre às vésperas de dar a luz a um menino. Estava sozinha, na grande São Paulo, o que esperar ainda para o futuro?
TO BE CONTINUE...
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
HORA DA ESTÓRIA PARTE 1
Tudo começou há décadas atrás, em um sítio desconhecido. Uma mulher daria luz a uma filha, a qual se chamaria Lianade. Sua vida era regrada, não conhecera facilidades na terra laboriosa e miserável que o sol castigava mais ainda, dia após dia. Crescera conhecendo o trabalho, via seus pais sempre a puxar a enxada que lhe garantia o alimento e sua mãe a lavar as roupas que vestiam seu corpo. Que futuro teria esta pobre garota?
Foi preocupada nisso que esta menina cresceu. O tempo lhe trouxera mais sete irmãos, os quais ela teve a responsabilidade de ajudar sua mãe a criar. Sua face queimada do sol escondia uma grande determinação, de mudar seu destino, de mudar seu futuro! Ela acreditava nisso e sonhava eternamente pelo dia que tivesse a chance de concreticar o que as circuntâncias a acusariam de ser incapaz um dia.
Ela contava com 17 anos quando um inesperado homem aparece em sua história. Era bem vestido, bem apessoado, não poderia ser dali, daquela terra que castiga o rosto com rugas tão cedo... Ele chamou a atenção da ainda jovem Lianade, e o tal homem também interessou-se bastante pela robusta mocidade da garota de olhos castanhos e pele tostada. Não sei que tipo de encanto houve entre os dois, mas Alexandre, o tal moço, viu-se apaixonado o suficiente para convidá-la a sair dali e conhecer novos caminhos, prometia a ela mudar o seu destino e realizar seus sonhos.
Não houve muita exitação por parte da garota. Afinal, quem haveria de duvidar que esta seria a chance tão esperada? Verdadeira provisão divina? Ela acreditou nas promessas do exímil galanteador e casou-se com ele, sem muita cerimônia, mudando-se para São Paulo logo em seguida. Era bem verdade que ele era de família abastada, como ele a havia referido certa vez. Condições pareciam sobejar naquele novo meio que fazia parte, não fosse uma certa rejeição a qual sofreria: como é possível um rapaz de boas raízes escolher uma desconhecida de Deus sabe lá onde? Mas o pior ainda estava a ser descoberto... Alexandre era o tipo de marido perfeito: carinhoso, sempre trazia mimos, agrados, não deixava nada a faltar na mesa, na geladeira, o que quer que fosse.
Porém Lianade se surpreenderia com a visita inesperada de alguns policiais na residência ainda improvisada na qual residiam. Procuravam por seu esposo, não explicaram bem o motivo da busca e saíram apressadamente. Aquela cena não fazia sentido, mas ainda assim continuava com aquele sujeito idealizado, mas misterioso. Haveria nele segredos desconhecidos por ela?
Alexandre não podia ser motivo de dúvida, ele prometera que ia mudar sua vida, não poderia ser para pior! Ah! Mas ele era estéril! Um exame que lhe mostrara afirmava: um filho não poderia ser gerado. Uma notícia muito desconcertante, mas haveria de se acostumar, pensava, até porque sua preocupação no momento era estudar e ter a vida que não encontrara até antes de conhecê-lo.
TO BE CONTINUE...
Foi preocupada nisso que esta menina cresceu. O tempo lhe trouxera mais sete irmãos, os quais ela teve a responsabilidade de ajudar sua mãe a criar. Sua face queimada do sol escondia uma grande determinação, de mudar seu destino, de mudar seu futuro! Ela acreditava nisso e sonhava eternamente pelo dia que tivesse a chance de concreticar o que as circuntâncias a acusariam de ser incapaz um dia.
Ela contava com 17 anos quando um inesperado homem aparece em sua história. Era bem vestido, bem apessoado, não poderia ser dali, daquela terra que castiga o rosto com rugas tão cedo... Ele chamou a atenção da ainda jovem Lianade, e o tal homem também interessou-se bastante pela robusta mocidade da garota de olhos castanhos e pele tostada. Não sei que tipo de encanto houve entre os dois, mas Alexandre, o tal moço, viu-se apaixonado o suficiente para convidá-la a sair dali e conhecer novos caminhos, prometia a ela mudar o seu destino e realizar seus sonhos.
Não houve muita exitação por parte da garota. Afinal, quem haveria de duvidar que esta seria a chance tão esperada? Verdadeira provisão divina? Ela acreditou nas promessas do exímil galanteador e casou-se com ele, sem muita cerimônia, mudando-se para São Paulo logo em seguida. Era bem verdade que ele era de família abastada, como ele a havia referido certa vez. Condições pareciam sobejar naquele novo meio que fazia parte, não fosse uma certa rejeição a qual sofreria: como é possível um rapaz de boas raízes escolher uma desconhecida de Deus sabe lá onde? Mas o pior ainda estava a ser descoberto... Alexandre era o tipo de marido perfeito: carinhoso, sempre trazia mimos, agrados, não deixava nada a faltar na mesa, na geladeira, o que quer que fosse.
Porém Lianade se surpreenderia com a visita inesperada de alguns policiais na residência ainda improvisada na qual residiam. Procuravam por seu esposo, não explicaram bem o motivo da busca e saíram apressadamente. Aquela cena não fazia sentido, mas ainda assim continuava com aquele sujeito idealizado, mas misterioso. Haveria nele segredos desconhecidos por ela?
Alexandre não podia ser motivo de dúvida, ele prometera que ia mudar sua vida, não poderia ser para pior! Ah! Mas ele era estéril! Um exame que lhe mostrara afirmava: um filho não poderia ser gerado. Uma notícia muito desconcertante, mas haveria de se acostumar, pensava, até porque sua preocupação no momento era estudar e ter a vida que não encontrara até antes de conhecê-lo.
TO BE CONTINUE...
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Obrigado a todos que visitam este lixo de blog, obrigado inclusive aos que gostam dessa porcaria, por que é isso que ele é, uma porcaria, não é? É isso que tenho ouvido de alguns, mas é o que sei fazer no momento: esta lama, e pode ser que nunca se transforme em vaso um dia! Sim, aceito a possibilidade de este não ser meu caminho, mas que me importa isso? Eu quero mais é tentar a ter de desistir no caminho! Que tenho eu a perder tentando? Então este blog continuará a existir até o momento que meus sonhos e minhas ambições ainda estiverem a mover meu coração e minha fé a acreditar no meu impossível!
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Cupcake de fã
De que são feitos os fãs? Estive pensando... Que coisa
maluca é essa que guia o comportamento de uma pessoa? Sim, e é loucura, por que
como é possível amarmos, ou melhor, idolatrarmos um ser que sequer vimos,
pessoalmente falando?
Cheguei a imaginar que fãs são feitos de distância. Algo tão
distante, so far, que ficamos
tentados a desejá-los mais e mais, e uma vez distantes idealizarmos à nossa
maneira, encaixando o “ser do pedestal” da mesma maneira que sonhamos/fantasiamos.
Pode ser que vejamos no ídolo aquilo que queríamos ser ou ter. É possível...
Mas de que são feitos? Ainda não descobri...
Ouvi uma boa resposta através de um integrante de uma boyband
britânica: fãs vivem da história de seus ídolos, como se fosse aquela sua
própria história. É como se o sucesso de seus “deuses humanos” fosse vivida
pelo próprio! Quanta sinestesia, não? É algo realmente mágico, uma macumba
poderosa! Principalmente se a coisa se transfigurar em lágrimas, sorrisos
soltos e paranoia, muita paranoia!
Afinal fãs também são feitos de loucura! O que eles não são
capazes de fazer para serem vistos? Até porque são muitas as cópias do modo “loucamente
fã” e todos tem um mesmo objetivo: aproximar-se, pegar, beijar, apertar,
segurar e estraçalhar todo o “alvo mor”.
Esta cena singular me lembra duma cena do filme Perfume, na qual o super-humano farejador derrama em si uma loção
com as mesmas propriedades descritas pelo fenômeno “fanático”, e nada mais
resta do personagem principal!
Alguns dizem que fãs são como ovelhinhas indefesas, sendo
carregadas todas sincronicamente ao matadouro, que fica logo ali, na loja de
CDs e DVDs. Mas discordo em parte, uma vez que conheço muitas pessoas que
demonstram seu culto pessoal, entretanto com toda a sensatez que sua razão lhes
permite, portanto não se deixando inclinar aos poderes midiáticos e de
publicidade. Mas se percebeu bem disse “em parte” porque o inverso é fato e
mais comum do que desejamos: o mundo é povoado por mentes vazias que tudo
engolem da mama mídia.
Mas terminando esta receita, fãs são feitos de muito açúcar,
para que sintam sempre um gosto agradável em suas mentes, mas uma boa pitada de
amargo, pimenta e azedo, para sentirem o
sabor da limitação e a agonia do desejo não realizado! Bon appetit!
Desculpem-me a falta de novas postagens... Acontece que estou passando por um período de falta de criatividade desgraçada! Mas logo estarei renovando meu estoque de novos assuntos! Afinal as aulas da faculdade recomeçarão próxima segunda-feira (06/08) e será quando eu terei bastante tempo para filosofar sobre as coisas da vida. Nos vemos em breve, grande abraço!
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