De que são feitos os fãs? Estive pensando... Que coisa
maluca é essa que guia o comportamento de uma pessoa? Sim, e é loucura, por que
como é possível amarmos, ou melhor, idolatrarmos um ser que sequer vimos,
pessoalmente falando?
Cheguei a imaginar que fãs são feitos de distância. Algo tão
distante, so far, que ficamos
tentados a desejá-los mais e mais, e uma vez distantes idealizarmos à nossa
maneira, encaixando o “ser do pedestal” da mesma maneira que sonhamos/fantasiamos.
Pode ser que vejamos no ídolo aquilo que queríamos ser ou ter. É possível...
Mas de que são feitos? Ainda não descobri...
Ouvi uma boa resposta através de um integrante de uma boyband
britânica: fãs vivem da história de seus ídolos, como se fosse aquela sua
própria história. É como se o sucesso de seus “deuses humanos” fosse vivida
pelo próprio! Quanta sinestesia, não? É algo realmente mágico, uma macumba
poderosa! Principalmente se a coisa se transfigurar em lágrimas, sorrisos
soltos e paranoia, muita paranoia!
Afinal fãs também são feitos de loucura! O que eles não são
capazes de fazer para serem vistos? Até porque são muitas as cópias do modo “loucamente
fã” e todos tem um mesmo objetivo: aproximar-se, pegar, beijar, apertar,
segurar e estraçalhar todo o “alvo mor”.
Esta cena singular me lembra duma cena do filme Perfume, na qual o super-humano farejador derrama em si uma loção
com as mesmas propriedades descritas pelo fenômeno “fanático”, e nada mais
resta do personagem principal!
Alguns dizem que fãs são como ovelhinhas indefesas, sendo
carregadas todas sincronicamente ao matadouro, que fica logo ali, na loja de
CDs e DVDs. Mas discordo em parte, uma vez que conheço muitas pessoas que
demonstram seu culto pessoal, entretanto com toda a sensatez que sua razão lhes
permite, portanto não se deixando inclinar aos poderes midiáticos e de
publicidade. Mas se percebeu bem disse “em parte” porque o inverso é fato e
mais comum do que desejamos: o mundo é povoado por mentes vazias que tudo
engolem da mama mídia.
Mas terminando esta receita, fãs são feitos de muito açúcar,
para que sintam sempre um gosto agradável em suas mentes, mas uma boa pitada de
amargo, pimenta e azedo, para sentirem o
sabor da limitação e a agonia do desejo não realizado! Bon appetit!
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