quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Viajando no futuro

     John Sulivam acorda às 6:00 horas, escova os dentes, para depois tomar café, prepara todas as suas coisas para uma manhã de estudo. Estuda, almoça, toma banho para ir à faculdade, vai à faculdade.
     Acontece que nada disso ainda aconteceu e o jovem Sulivam ainda está deitado em sua cama aguardando dormir, mas pensando, ou melhor, planejando, passo a passo, como será seu amanhã.
     Ah...O amanhã...! Que muitos esperam ansiosamente mesmo no início do dia! Não é estranho? Sim, é!
     Este curioso fenômeno é motivo de meu interesse: por que delongas um ser anseia tanto por um tempo que sequer ainda existe? Hão de concordar comigo que o que realmente existe é o presente, o momento, o já ou agora.
     Vamos ser francos, quem nunca pensou, minimamente que seja, no "você futuro" em "como estarei daqui a 20 anos?". Se não for dizer de mais, todos um dia já pensaram nisso. Até porque, de algum modo, acredito que isso possa fazer parte de um mecanismo de sobrevivência o qual os humanos guardam. Mas digo do que conheço, vai saber se os cachorros fazem planejamento familiar!?
     Pensar constantemente no futuro é muito curioso, pois configura-se uma abstração, um vagabundeamento psicológico, mas que o fazemos como se habitássemos, factualmente e corporalmente falando, o "ambiente futuro". E, fica pressuposto, em torno disso, uma transtemporalidade de um "eu" que apesar de todas as mudanças continua sendo o mesmo "eu", ou seja, uma relação de identidade com "você" quando no futuro ou no passado.
     Temos de tomar cuidado, contudo, com a intensidade e qualidade da preocupação com o nosso futuro, pois podemos estragá-lo grandemente, o que explico à luz de dois motivos: primeiro porque um sujeito que vive com olhos no futuro, preocupado se as laranjas nascerão azuis ou o que ela faria se a terra fosse dominada por alienígenas, está desperdiçando longamente o tempo útil de vida aqui nesse planeta. Vale lembrar que ela é finita, e o faço questão de ressaltar pois como algumas pessoas agem parece que ela terá "n" anos de vida!
     Segundo porque sonhar "in the future" é muito fácil e, principalmente, agradável, mas agir, ralar, é muito ruim. Não é mesmo? O problema é que se você sonha com coisas materiais, por exemplo, não existem casas, diplomas ou carros feitos de idéias, e sim de coisas concretas! É justamente neste ponto da reflexão que uma possível solução se mostra: carecemos de objetivizar um pouco mais a maneira como olhamos para o tempo vindouro.
     Não abdicando dos sonhos, muito pelo contrário, ao invés disso traçando metas concretas para alcançá-lo. O fazendo sair do caráter fantástico e surreal, para algo realmente existente. Com certeza se não eliminarmos todas as chances de ter um péssimo futuro, ao menos aumentamos a chance de ele ser um empreendimento certo e lucrativo, sobre todos os pontos de vista.

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