quinta-feira, 12 de julho de 2012

O preço da fé

     Há dores que não são expressáveis, como esta que estou sentindo. Uma agonia, não sei... Daquelas em que a mão fica fraca para escrever e a comida preguiçosa de engolir. E o motivo desta desgraça que me corrói por dentro é que estou num cárcere. Aprisionado em celas invisíveis. Sim, invisíveis! E não há prisão maior que dentro de sua própria "vida normal".
     Numa guerra tentam prender o corpo, e isso não é fácil, imagine se a guerra for dentro de sua própria casa?! Lugar onde, teoricamente, deveria reinar a paz? Eu diria ser esta prisão muito pior, pois não prende seu corpo, mas sua alma!
     Estou preso... Amarrado nas cordas de uma fé que não é a minha, e na qual minha família é tão devota. Fé esta que prega a liberdade e a salvação, mas que oprime a vida daqueles que preferem não crer nela... Assim sou eu, submisso como gato novo num covil de cães! Incapaz de dar agora qualquer passo sem ser dilacerado pelas circunstâncias da vida!
     Sou como lagarta dentro do casulo, preso ao tempo de renascer, em outra forma, mais livre, mais autêntica...

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