quinta-feira, 5 de julho de 2012

O clamor da natureza

    A natureza sempre foi alvo do sistema sócio-político e econômico capitalista. E é de urgente necessidade sua proteção, como todos sabem, ou deveriam saber, estabelecendo seu uso de modo sustentável.

    É muito deprimente ainda estar falando sobre esse tema, "destruição da natureza", já em pleno século XXI, época em que os homens se acham "sapiens sapiens" demais, mas se mostram os únicos tolos entre todos os animais que designam "inferiores". Tudo bem, muitos concordam que essas designações são conceitos ultrapassados e que necessitamos de mudanças, mas o fato é que estamos deveras habituados a ver a destruição da natureza.
   
    E é por isso que não nos comovemos com a derrubada de uma árvore, de várias, quem sabe! A mesma rigidez nunca é percebida quando se noticia um assassinato ou sequestro. Aos nossos olhos parece muito claro: como não punir severamente uma pessoa que tira a vida de outra?! Esquecemos, entretanto, de analisar as duas faces da mesma moeda: se o assassinato tira a vida de uma pessoa, o crime ambiental tira o direito de todos, inclusive das gerações futuras, de ter uma vida saudável.

    Vejamos uma ilustração do que foi dito: digamos que toda a humanidade, representada na figura de dez pessoas, está confinada numa casa. Certo dia alguém decide se valer de um objeto pessoal alheio; outro dia, um outro morador rouba a válvula do chuveiro, para se valer, sozinho, de toda a água disponível, essa um bem comum a todos. Não merece este a mesma punição que o primeiro ou ainda pior? Trazer este exemplo para a nossa realidade pode parecer muito forçoso, mas a destruição da natureza é tão séria quanto a perda de uma vida e suas consequências igualmente destrutivas.

    Não dá pra negar, as pessoas tem uma visão cética dos fatos e assistem passivas à destruição daquilo que a natureza levou milhões de anos para produzir! Não percebem elas que a vida é um ciclo: comemos, bebemos, geramos dejetos e excretamos, mas a mãe natureza dá um fim para tudo isso, mas até certo ponto. Até o ponto em que a tal já não se encontra mais com os mesmos pulmões ou com suas veias de águas límpidas e saudáveis.

     Em um ano como esse, quando as "potências mundiais" decidem sentar para organizar essa bagunça, seria muito interessante que não apenas discutissem, mas realizassem ações, porque foi aquilo o que conhecemos até agora, e pelo visto, não surtiu efeito! 

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