domingo, 18 de novembro de 2012

Primeiro encontro (parte 3)


Ezra põe a mão no peito de Kevin.
─ Ual, posso sentir o palpitar do seu coração... Como ele está rápido!
─ Bem... Eu nunca havia sequer tentado dançar antes. Então... Acabo ficando um pouco nervoso!
─ Mas veja! Você está se saindo super bem para uma primeira vez ─ e dá uma pirueta em Kevin.
(Risos de ambos)
─ Você é um cara muito bacana, não estava errado quanto a você...
─ Psssiu... ─ chia aproximando sua face à de Kevin.
Seus rostos a poucos centímetros de distância um do outro, estavam quase a se tocarem, quase a se beijarem, quando são interpelados por uma voz a avisar:
─ Aqui está, senhores, seu pedido! Fiquem à vontade, se precisarem de alguma coisa é só levantar a mão e venho até vocês!
Kevin solta Ezra, sentando-se rapidamente. Já Ezra fica a entreolhar o garçom e os pratos bem enfeitados. Entre a resignação e indignação, resolve sentar-se também a mesa.
─ Tudo bem, assim que precisarmos nós PESSOALMENTE o chamaremos. Muito obrigado!
─ Ah, tudo bem. Bon appetit! ─ e sai prontamente.
Os dois se olhavam agora e riam-se por dentro, gozando do eventual embaraço que lhes havia ocorrido há pouco.
─ Hmmm... Esta comida está muito boa! ─ fala Kevin.
─ Não te falei? ─ responde expandindo um largo sorriso.
─ De que é feito mesmo?
─ Basicamente de camarão... Ele vem cozido, então certamente não viu...
─ Camarão?! ─ grita, cuspindo no prato.
─ O que houve? Algum problema?! ─ levanta-se Ezra, preocupado.
─ É que sou alérgico! ─ diz, tossindo.
─ Garçom! Garçom! Por favor, um copo com água! Água, urgente!
O garçom traz a água, e em poucos minutos parecia tudo normalizado.
─ Me perdoe... Não poderia imaginar que eras alérgico a camarão!
─ Não, não te preocupes. Não me aconteceu nada... Estou bem!
─ Puxa! Assim fico mais tranquilo! Vamos para outro lugar? Não me sinto mais à vontade num ambiente em que tentei matar você! ─ afirma rindo.
─ Acho bom! Para onde vamos?
─ Que tal um sorvete? Até hoje nunca vi uma pessoa que fosse alérgica! Você não será o primeiro, não é?
─ Não. E amo sorvete!
─ Então, o que estamos esperando aqui?! Let’s go!
Pagam a conta e saem abraçados, rumo à porta do restaurante. Pareciam conhecidos já de longo tempo. O garçom fica parado no balcão olhando os rapazes sumirem na sombra da noite. A noite continuava leve naquele lugar, um pouco mais movimentado, mas certamente menos romântico, menos fantástico...   
 Veja: PARTE 4

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