Ezra põe a mão
no peito de Kevin.
─ Ual, posso sentir o palpitar do
seu coração... Como ele está rápido!
─ Bem... Eu nunca havia sequer
tentado dançar antes. Então... Acabo ficando um pouco nervoso!
─ Mas veja! Você está se saindo
super bem para uma primeira vez ─ e dá uma pirueta em Kevin.
(Risos de
ambos)
─ Você é um cara muito bacana, não
estava errado quanto a você...
─ Psssiu... ─ chia aproximando sua
face à de Kevin.
Seus rostos a
poucos centímetros de distância um do outro, estavam quase a se tocarem, quase
a se beijarem, quando são interpelados por uma voz a avisar:
─ Aqui está, senhores, seu pedido!
Fiquem à vontade, se precisarem de alguma coisa é só levantar a mão e venho até
vocês!
Kevin solta
Ezra, sentando-se rapidamente. Já Ezra fica a entreolhar o garçom e os pratos
bem enfeitados. Entre a resignação e indignação, resolve sentar-se também a
mesa.
─ Tudo bem, assim que precisarmos nós
PESSOALMENTE o chamaremos. Muito obrigado!
─ Ah, tudo bem. Bon appetit! ─ e sai prontamente.
Os dois se
olhavam agora e riam-se por dentro, gozando do eventual embaraço que lhes havia
ocorrido há pouco.
─ Hmmm... Esta comida está muito
boa! ─ fala Kevin.
─ Não te falei? ─ responde
expandindo um largo sorriso.
─ De que é feito mesmo?
─ Basicamente de camarão... Ele vem
cozido, então certamente não viu...
─ Camarão?! ─ grita, cuspindo no
prato.
─ O que houve? Algum problema?! ─
levanta-se Ezra, preocupado.
─ É que sou alérgico! ─ diz,
tossindo.
─ Garçom! Garçom! Por favor, um
copo com água! Água, urgente!
O garçom traz a
água, e em poucos minutos parecia tudo normalizado.
─ Me perdoe... Não poderia imaginar
que eras alérgico a camarão!
─ Não, não te preocupes. Não me
aconteceu nada... Estou bem!
─ Puxa! Assim fico mais tranquilo!
Vamos para outro lugar? Não me sinto mais à vontade num ambiente em que tentei matar você! ─ afirma rindo.
─ Acho bom! Para onde vamos?
─ Que tal um sorvete? Até hoje
nunca vi uma pessoa que fosse alérgica! Você não será o primeiro, não é?
─ Não. E amo sorvete!
─ Então, o que estamos esperando
aqui?! Let’s go!
Pagam a conta e
saem abraçados, rumo à porta do restaurante. Pareciam conhecidos já de longo
tempo. O garçom fica parado no balcão olhando os rapazes sumirem na sombra da
noite. A noite continuava leve naquele lugar, um pouco mais movimentado, mas
certamente menos romântico, menos fantástico...
Veja: PARTE 4
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