terça-feira, 13 de novembro de 2012

Primeiro encontro (parte 2)


Ezra ousa segurar a mão de Kevin que estava sobre a mesa, ao que Kevin responde retraindo-a desconcertadamente.
─ Desculpe, estou sendo invasivo, não é?
─ Não, não é isso... É que... Pareço não merecer isto, me perdoe... Pareço um louco, não é? ─ fala, cerrando os olhos.
Ezra segura o queixo de Kevin levantando o rosto já caído e olha nos olhos de Kevin:
─ É, assim parece bem melhor! ─ sorri garbosamente.
Kevin parecia não acreditar naquela áurea que o envolvia um lado a outro. Sentia-se noutra dimensão: haveria de estar vendo tudo aquilo, toda aquela perfeição e delicadeza? Parecia se perguntar cada vez que pestanejava, duvidava que seus sentidos trouxessem à flora um ser até então apenas idealizado, mas que, no entanto, estava bem ali, à sua frente!
─ Pareço estar sonhando e tu fazes parte desse sonho. Poderia me beliscar, pra eu ter certeza de que... Ai! ─ grita baixinho, depois de receber um breve beliscão, antes mesmo que terminasse de pronunciar toda a frase.
─ Você mesmo quem pediu ─ defende-se, com um sorriso maroto nos lábios.
O garçom volta para recolher a taça já vazia:
─ Desejam alguma coisa para comer? ─ oferecendo prontamente o cardápio.
─ Que iremos comer...? ─ pergunta Ezra, voltando-se para Kevin.
─ Não sei... Pra falar a verdade nem estou com tanta fome...
─ Vamos lá... Não seja acanhado! Estamos num ótimo restaurante, não quero que percas o prazer de experimentar uma boa comida!
─ Bom... Sendo assim, o que pedires quero o mesmo.
─ Tudo bem, prometo não decepcioná-lo!
O garçom anota tudo:
─ O pedido de vocês chega em alguns instantes!
─ Tudo bem ─ concorda Ezra.
─Aqui estamos nós a sós de novo! Espero que esse garçom não venha nos incomodar mais vezes esta noite! ─ fala Ezra, sussurrando em tom de segredo.
─ É, espero que não nos incomode mais vezes... ─ responde Kevin, expandindo um sorriso.
─ Você é muito tímido assim sempre?
─ Ah, eu? Não, não. Na verdade até falo demais, meus colegas sempre penam muito comigo, tem de me ouvirem falar o tempo todo ─ lembra, rindo.
─ Não parece ser bem assim no momento... Mas acho que posso ajudá-lo!
Naquele momento começava uma música leve e romântica. Ezra levanta-se e vai até Kevin oferecendo a mão para ele:
─ Gostaria de dançar?
─ Como? Eu?! ─ pergunta, já ruborizando um pouco a face.
─ Sim, você mesmo. Vamos, não lhe dou escolhas!
─ Mas eu não sei dan...  ─ antes que terminasse de falar Kevin é puxado.
─ Você é um garoto muito relutante... ─ Ezra sussurra.
(Kevin suspira)
Os dois são embalados pela melodia serena e suave da música. Pouco se escutava naquele lugar, pouco também se podia escutar: os olhos se fechavam, enquanto cada um podia sentir o palpitar do coração do outro. Seus calores se abraçavam, suas frontes reclinavam no ombro um do outro, suas almas dançavam juntas, sonhavam juntas.
─ Não está bem melhor assim? ─ pergunta Ezra.
─ Sim...

Veja: PARTE 3


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