quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quando a dor fala mais alto: entre pais e filhos.

Pais: eu o tive, eu o criei, você me pertence, é meu e eu mando em você!
Filhos: quero voar! Não estou preso a você! Não sou uma propriedade e tenho meus direitos!
Pais: compro suas coisas, o alimento, pago sua escola e sua diversão! Me deves, me deves muito!
Filhos: não é justo! Assim não fizeram também seus pais? Acaso pagas em parcelas até hoje?
Pais: me deves respeito! Que absurdo falares a mim com este tom!

... Filhos: prefiro morrer a ser quem não sou! Fugirei de casa! Abraçarei o mundo! Serei livre!
... Pais: morrerás ao relento! Quem o socorrerás?! O mundo é forte, é mau! Filho ingrato!

     Um dia, há muitos anos atrás, observastes no olhar de seu filho, tão pequeno, tão indefeso, alguma coisa boa... Quando devolveste de volta o tenro olhar, não se prometiam ser felizes? Que aconteceu no caminho? Onde se perdeu aquele olhar de esperança? Onde terá ficado aquele silêncio que permitia se escutarem um ao outro?

... Pais: sei o que é melhor para ti, meu filho, obedeça-me!
... Filhos: sempre fui servil aos seus preceitos, preciso ser eu, ainda que me custe muito! Não me renderei!

Até quando este debate continuará a existir? Esta história terá um final feliz?

... Pais: Não queria que partisses... Meu filho! Eu o amo tanto... Não...!
... Filhos: Não pedi muito, apenas sua compreensão...
... Pais: Não me deixe...
Filhos: Adeus
Pais
                                                                                                                       Filhos









Pais







                                                                                ...

Um comentário:

  1. Há uma relação inquebrantável entre pais e filhos. Conversei, nessas reflexões de momento, com um amigo e disse que o sujeito só é livre no sentido estrito do termo - para o bem ou para o mal - no intervalo entre a morte dos pais e o nascimento do filho. Fora desse intervalo, nunca se é livre, há sempre correntes, ainda que invisíveis...

    Tô passando pra apreciar teus escritos, comentar e agradecer por ter resguardado minha conta lá no pc da UFRN. Realmente é um deslize esquecer as coisas aberto ali... brigadão!

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